quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A trajetória da violência - família, escola, mundo

Quando nos referimos ao termo violência, pensamos em uma agressão física, algo que gere um dano aparente e que nos salte aos olhos.
E assim, basta ligarmos a nossa TV nos noticiários sejam locais, ou nacionais e nos deparamos com uma vitrine de terror bem colorida aos nossos olhos e em alto e bom som.
Mas, a violência que quero trazer a tona é aquela que está calada, não manifestada, que age silenciosamente e que tem um fim não menos agressivo e doloroso.
Nasce basicamente, impulsionada por pequenos gestos, sob um pequeno teto, chamado lar. Porquê são nas relações familiares que surgem todo conflito gerador de violência.
Nos acostumamos a nos relacionarmos mal. Mal nos damos bom-dia, ou boa-tarde. Usamos pouco os pronomes de tratamento. Esquecemos as palavras mágicas, detentoras de tanto poder. Cordialidade pode ser confundida com tolice, coisa de bobos, ou falta de personalidade.
Neste mercado de tantas ofertas de destratamento pessoal, compramos modelos errados e banalizamos os bons exemplos.

Mas, se é falta de personalidade ser amável, como se explica tantas cópias humanas sendo reproduzidas nas ruas, despersonalizadas de si mesmo e de sua autenticidade?
O ser humano adora um download. Isso é fato!

Por que ser cordial, honesto, cumpridor de deveres não ganha tantos adeptos?
Por que a banalidade consegue atingir as massas tão rapidamente?
Por que o ser humano não quer mais fazer uso do seu poder de escolha e decidir entre o bem e o mal, o que é bom para si mesmo?
Por que é tão fácil fazer parte da corrida dos ratos?


Volto a questão familiar. A família e sua função na sociedade. E pergunto:
O que é ser pai? O que é ser mãe? Alguém esqueceu de ler o manual.

E a violência segue de forma retundante, em situações de abandono, quando a despreocupação dos pais em relação aos filhos está oculta em diversas situações, como, o deixar de ir a uma reunião escolar, e ouvir daquele(a) que passa as vezes o maior tempo do dia com os seus filhos, um pouco do seu comportamento. Uma olhadela no caderno do filho, buscando sinais de como foi o seu dia. Uma busca nos seus materias escolares muitas vezes denuncia.Me preocupo com o abandono gerador de violência. Silenciosamente, ao Deus dará, muitas crianças seguem nesta grande roda da vida, por instinto, por desprezo, por piedade, como aviões sem asas, fogueiras sem brasas, simplesmente vivendo cópias de pessoas despersonalizadas em caminhos tortos, por falta de atitudes mínimas familiares. Pequenos gestos de amor, curando grandes feridas, matando pequenos monstros , gerenciando hábitos sadios.
Violência não tem trajetória, onde o amor impera!

Rita Minuncio

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