domingo, 28 de junho de 2009

Minhas conclusões - Capítulo 16 - Rita Minuncio

O amor está no ar.
Entre Cecília e Alberto não há mais distancia, medo, separação
Já são.
Não um.
Nem dois.
Mas dois em um.
Cecília é Alberto
Alberto é Cecília
Porque essa é a finalidade do amor
Unir dois em um

Cumplicidade
Reciprocidade
Sinceridade
Fidelidade

O resto é desamor
Não vale mais a felicidade!

O jogo de xadrez - Capítulo 15 - Rita Minuncio

Xadrez é um jogo competitivo de natureza recreativa feito para dois jogadores.

Não há sorte. Há estratégia e tática.

Exercício para o cérebro.

Exercício emocional.

Trabalha a organização, concentração, memória.

Há de se ter paciência.

Há de se conquistar habilidade.

Jogue xadrez.

***
Leia o manual de instruções básicas.
Conheça as peças e aprenda os seus movimentos.
Disponha as peças no tabuleiro.
Procure um parceiro(a) e bom jogo.

***
Você vai conseguir disciplina, concentração, melhora na autoestima (dAO) e socialização.

(dAO) depois do acordo ortográfico
(aAO) antes do acordo ortográfico

***

Cecília e Alberto se socializaram.
Amor e sociedade
Família

Fornicoques - Capítulo 15 - Rita Minuncio

For- ni - co - ques

Que polissílaba esquisita essa

Fornicoques é um desejo...
Fornicoques é uma tentação...

Cócegas..

Era o desejo tentador.

Alberto e Cecília se olharam
Nada mais tinham para falar
O silêncio falava por eles
O amor calava
As emoções falavam...

***
JOGO DA VIDA

Posso jogar xadrez...
toda vez que imito a vida
em suas propostas
estratégias são pedidas

Então penso rápido
qual peça está pedindo
uma estratégia sabida
isso, as vezes, limita.

Ouso mover o peão
O cavalo em L,
o que pede o jogo então?
Não sei não

Um rei capturar
uma dama, um bispo
cada qual no seu lugar
Já pra torre eu insisto.

Não voltaria atrás
de uma bela decisão
Olho pro tabuleiro
eis um belo quadriculado

Isto é um fato!

O fato é que a vida
movimenta as peças
e você apenas arquiteta
planos de fuga ou se entrega.

***
Xeque-mate!

O QUE É O AMOR? Capítulo 14 - Rita Minuncio

Definir amor, só amando
Não pode falar de amor, quem não ama
Quem não ama, não conhece
E mesmo que queira definí-lo
Será com vãs palavras.

Amor é...

Luís de Camões, um fogo que arde sem se ver...

Vínicius de Moraes, estar em pleno carnaval...

Machado de Assis, que não vale um beijo de uma namorada a sua melhor definição.

William Shakespeare, o que se vê com o coração.

Charles Chaplin, a mais bela frustração...

Victor Hugo, um eterno sofrimento.

Friedrich Nietzche, o ápice da ilusão...

E assim teria muito mais definições para amor.
Mas o amor verdadeiro é aquele que não se cala.
É indefínivel para quem ama.
Pois é um arrebatamento do espírito, enlevo, contemplação do que é divino,
sobrenatural, maravilhoso, assim é o amor.

E Cecília amou Alberto com todas as definições.

A declaração - Capítulo 13 - Rita Minuncio

Com o ruído do portão o coração de Cecília sobressalta e ela estremece de susto.
Um susto bom, algo lhe diz.
Ouve uma voz e seu nome...Cecília

Corre para a sala e se esquece de como estava, mal havia acabado de acordar
Mas o rosto transcedia uma luminosidade que disfarçava qualquer desleixo. Era o brilho do amor. Vazando pelos poros e perfumando o lugar.

Eu preciso te falar
e te encontrar de qualquer jeito
então vim
para podermos conversar e andar de encontro ao vento

Eu preciso respirar o mesmo ar, sentir a sua pele e todo pensamento que te anseia
Ah! Cecília
Eu amo você...

Tempo para tudo - Capítulo12 - Rita Minuncio

Cecília acorda com uma sensação de que Deus está ali.
Tão perto
Tão presente
E que os anjos do Senhor lhe preparam uma surpresa
Algo que lhe faz bem, mesmo antes de acontecer
Nessa sensação de felicidade
abre a Bíblia e lê Eclesiastes 3, tempo para tudo e que se traduz assim

"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu:

há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou;
tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar;
tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria.
tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar;
tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora;
tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar;
tempo de AMAR e tempo de aborrecer;
tempo de guerra e tempo de PAZ.

O tempo de AMAR chegara e com ele toda a PAZ que ela ansiava, desejava veemente.

Alberto abre o portão e entra.

sábado, 27 de junho de 2009

Desperta Cecília - Capítulo 11

Hora de acordar Cecília
Alberto está a caminho
Pensamentos, palavras, decisão
Tempo de agir.

***
Eu sou

Não quero me tornar
o desejo dos meus pensamentos
quero ir além, ser um advento
algo inexplicável, entre o ser e o intento

Assim explicaria não ter me tornado até hoje
o ser que planejei, pois me deixei ir ao vento
e ser o quem tornei, um invento
de Tuas mãos, Senhor, eu sou

A fagulha que em mim insiste
em atear fogo e refazer das cinzas
tal qual Fênix, renascer

A explicação seria: eu sou!
não, o que eu quis, mas o que fiz dos dias
em que pensei ser o fruto das minhas próprias ações.

Como se faz um soneto - Capítulo 10

Matemática poética

Métrica
Ritmo
Rima

Soneto perfeito
Soneto clássico

14 versos
4 estrofes :2 quartetos e 2 tercetos

E assim se faz o Soneto:

Na métrica

14 versos decassílabos na quantidade de sílabas fonéticas ou 10 sílabas

Na rima

Quartetos
rimas em número de duas e amarradas

Tercetos
rimas amarradas mas com variação

No ritmo
ritmo no soar das sílabas em cada verso

Há também sonetos Alexandrinos

Enfim, soneto deve ser "um pensamento de ouro num cárcere de aço".

Preferia que soneto fosse um pássaro livre sem rumos pra voar, apenas a desenhar no céu, o voo, pelo simples prazer de voar.

Confesso:

Ainda não sei sonetar!

Quase parei - Capítulo 9 - Rita Minuncio

Acordei...
Feliz!
Fui ver os Ipês, agradecida por não ter chovido
Iria ser uma pena
Tudo tão lindo!

***
Pensei quão lindo seria um encontro de Alberto e Cecília sob os Ipês floridos.
Minha rua cor-de-rosa

***

Quase parei

Quantas vezes eu parei
Parei por não saber regras
Por não entender normas
e paralisei toda obra, na dúvida incerta

Mas, algo em mim, grita forte
quer explodir sem ter razão
são as palavras que vem a mente
oriundas do coração

Mas, do que norma textual
faz parte do sentimental
meio irracional

E assim, para meu deleite
me permito esse desleixe
sou poetiza, afinal!

( não sei sonetar...será isto um mal?)

A voz - Capítulo 8 - Rita Minuncio

Simplesmente uma voz
A que não disse
A que se calou
Tão somente, ela

Ouvindo tua voz
quase melosa
quase dengosa
no entanto forte, estrondosa
como cachoeira
caindo em pedras
Tua voz vai até os recônditos
cantinhos da alma
Nos poemas de Florbela
Espanca
Espera.
Acalenta
e dorme.
Tua voz é melodia
que ao fim do dia
aquece
acalma
incorpora
inodora
com cheiro de pura primavera.
É doce ouvir tua voz
nos doces versos de Florbela,
canta e encanta a poesia.

***

Alberto vai decidido a dizer tudo.
Ele a ama perdidamente.
Vence a poesia!

A volta - Capítulo 7 - Rita Minuncio

Por onde andará Alberto?
Num quarto branco, pequeno.
Vê-se uma cama de solteiro
um edredom
um espelho
uma figura refletida
sente o aroma de Cecília
a entrar pela janela entreaberta
a invadir
a seduzir
a inebriar
Fecha os olhos e a percebe
como num sonho
ali está
Estende as mãos para tocá-la
foge na intensão
sobra o ar
Atrai...
Alberto vai
Cecília o espera
O que levar?
O que falar?
Apenas sai atraido por ela.

Tempo de poesia - Capítulo 6 - Rita Minuncio

És incenso...

Há um momento pungente
que toca o coração da gente
como um sábio encantador
encantando uma serpente

Neste momento, anestesia
a alma paira no silêncio
O coração palpita e distancia
de si mesmo, és incenso

Incenso que em fumaça se esvaia
aromatizando o ar, inebriando sai
por portas, janelas, portais

É o encontro do eu em si
um olhar pra dentro revela
uma vida em forma fugaz

***

Acarício minha alma enquanto escrevo
é o momento mais doce do meu ego
eu o sacio, satisfaço-lhe os desejos
ouço um a um os seus segredos
trago a tona os seus medos
vou me traduzindo em versos
me deslumbro nesse enredo
até adormecer!

Consegues me perceber?

Cecília dorme em meus pensamentos.
Somos duas a adormecer agora.

Este é o momento em que a poesia nasce!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

As mãos - Capítulo 5 - Rita Minuncio

E ela vem.
Cabelos ao vento
Longos, rebeldes, encaracolados
Brilhantes, castanhos, fio cá, fio lá...
Vestido leve, solto, esvoaçante.
Rosa, azul, lilás...
Pés no chão.
Cecília é toda ilusão.
Cecília é toda sedução.
A voz de Cecília ecoa na imensidão.
Cecília é aquele ser que vem de mansinho e entra no nosso coração.

Vai Cecília...minha poesia é tua...
Uma a uma em tuas mãos.

E fui colocanco os poemas ali, naquelas mãos.

Confiei em Cecília,mas que em mim mesma.

Tempo real - Capítulo 4 - Rita Minuncio

Tempo real.
Hora de deixar devaneios.
Sou eu que volto dos sonhos.
A vida cobra isso. Acorde. Os ipês já floriram.
Meu livro ainda por fazer. Poesia, minha vida.
Encantos, desencantos de poetiza.
Agonia.
Alegria.
Tempero. Sal. Sabor.
O que agrada ao leitor?

Cecília insiste em voltar.
Insiste em dividir espaço com minhas poesias.
Uma autêntica leitora, crítica, voraz, devoradora.
Que personagem intrigante é esse? Doce Cecília, amada de Alberto.
Filha única.
Só.
Apaixonada.
Sensível.
Forte.
Volta Cecília...
Tenho várias poesias para entreter seu dia..

Marcas - Capítulo 3 - Rita Minuncio

Novo Sol
Sinal de novo dia
Tudo novo
Respira fundo, como a colher do dia seu mais precioso e puro alimento.
Revigora. Espreguiça. Sorri e desperta.
Estende os pés em direção ao chão a procurar um par de chinelos.
O que Cecília precisa é sentir o chão.
Chão debaixo dos seus pés e saber que pode pisar firmemente, sem cair.
Então, lembra-se de Luciana.
Doce saudade lhe vem a mente.
Onde estará Luciana?
O que irá pensar quando souber que Alberto se foi, sem poder falar.
Luciana era a única que sabia o que exatamente se passava com seu coração. Uma lágrima corre pela face pálida de Cecília.
Onde estará Luciana? Precisava saber...

Como num estalo, vem lhe a mente a frase dita por ela...Cecília, a vida não é um palco em que as pessoas entram e saem de cena, como se interpretassem, sem deixar vínculos, sem deixar saudades. É preciso fazer laços, amarrá-los ao coração e depois soltá-los. As marcas é que ficam. Com elas lá, nada se dissolve tão rápido. Mesmo que se ausentem, há uma presença insistente, invisível e ardente do amor.

O pensamento acalenta. Boa amiga a Lu...
E a saudade passa, pelas marcas que ela deixou em Cecília.

O vento - Capítulo 2 - Rita Minuncio

O que escrever...
O dia passa e com ele um momento.
Poderia ter sido diferente?
Uma pergunta paira no ar com sede de resposta.
A única que se tem é que ele se foi.
Juntamente com o tempo, foi-se o momento.
Momento de Alberto e Cecília.
Neste pensamento, Cecília se levanta e caminha em direção ao vento.
Vento que bate forte nas folhas caídas no outono.
Ouve-se o som das aves.
Ouve-se o som de folhas pisadas.
Ouve-se o som que não disseram enquanto tiveram tempo de dizer.
Tempo de dizer...
Cecília olha ao longe, vê apenas o horizonte que levou sem bem.
Abre o livro e lê quase em sussurros...

...Que vento é este que leva os pensamentos?
...Quem cala esse tormento de não ter alguém?
...Ouve-se o vento, mas no intento, perde-se o bem.

Cantarola, um dia volta...

Devaneios - Rita Minuncio - Capítulo 1

Algo inglês, sofisticado
me lembrou chá
num dia frio
Sol no gramado
um longo jardim
uma dama de vestido branco
chapéu de tule e cetim
De repente
alguém se aproxima...
um cavalheiro
elegantemente vestido
lhe traz um livro
E o que me faz lembrar desse sonho
é o meu nome na capa
Um dia de poesia
com Rita Minuncio
Não consigo tirar os olhos da capa
Mas a cena prossegue
Cecília, a tão meiga dama
abre o livro
seus olhos sorriem de felicidade
e ela murmura
Doces versos
entre bebidas de chá
o meu preferido
Cravo, canela e laranja
O perfume do chá
se confunde com o das flores
mas o sabor é inigualável
Ela se distrai em pensamentos
Ele se conforma
perdeu-a por alguns momentos
disfarça, se afasta em passos lentos
logo Cecília percebe
lá vai Alberto..
E também o perde
por um bom tempo.