quarta-feira, 10 de março de 2010

A nossa amada língua

O cenário era apropriado para a discussão. O tema era a apropriação da escrita e um texto sobre ortografia. A coordenadora expunha os critérios para se trabalhar ortografia em sala de aula, pois as nossas crianças apesar de estarem alfabetizadas, não escreviam ortograficamente.



As dicas para sanar essa deficiência nos levavam a seguir dois caminhos. Para facilitar o aprendizado nos apegamos às regras. Algumas palavras estão presas às regras e se nos propormos a desvendar e construirmos junto com os alunos essas regras, poderemos saciar a sede de escrever corretamente. Isto é um fator fundamental para a funcionalidade da escrita. Por outro lado, há palavras que fogem às regras, e por isso mesmo, necessitam ser memorizadas para que haja um aprendizado efetivo. Mas, uma memorização não banal, que desafie a criança ao mesmo tempo em que ela memorize.


Feitos os dois caminhos a seguir, chegamos em uma encruzilhada no fim deles: a reforma ortográfica! Eis, o mistério da língua.


Sutilmente percebemos que nós, antes tão conhecedores do sistema ortográfico,ao menos era o que pensávamos outrora, somos agora os mesmos que iremos desaprender regras e construir outras.


Para concluir, temo que nossa língua não foi feita para se escrever corretamente. Caso fosse, não haveria tantos sons para o x, tantos performances para o r e s, tantos designers para se escrever usando dígrafos, hífens, em situações embaraçosas para quem pensa se escreve a idéia ou se preocupa com a escrita correta.


O peixe morre pela boca. A língua está nela, mas é fisgada na escrita. E haja anzol!
 
Rita Minuncio

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